O primeiro impacto da crise internacional para o brasileiro será o maior rigor dos bancos na concessão do crédito. Embora a expectativa de crescimento dos empréstimos continue em alta - pelo menos até dezembro -, as condições devem ficar menos favoráveis, com prazos mais curtos e juros maiores. “Empréstimos de 80 e 90 meses terão as parcelas reduzidas para entre 48 e 60 meses”, diz o vice-presidente do Bradesco, Norberto Barbedo.
Ele explica que, nesse segmento, o principal fator de preocupação está associado à evolução de emprego e renda, que impacta diretamente os índices de inadimplência. “O problema dos bancos, neste momento, não é falta de dinheiro para emprestar aos consumidores, mas a incerteza do que virá”, diz o vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel Ribeiro de Oliveira.
Segundo o executivo, do ponto de vista de capitalização, as instituições brasileiras estão muito bem e não teriam motivo para reduzir a oferta de crédito. “A maior preocupação é que toda essa turbulência afete a economia interna e mexa nos dois pilares de crescimento do crédito (emprego e renda), elevando o calote. Por isso, os bancos serão mais cautelosos e seletivos. Ninguém vai querer fazer um financiamento muito longo e correr o risco de ter prejuízo.”
A alta da taxa básica de juros (Selic), que está em 13,75% ao ano, vem encarecendo o crédito ao consumidor desde abril, quando a taxa estava em 12,25%. Com o agravamento da crise internacional, o custo dos empréstimos deve ficar ainda mais salgado. Com o fechamento do mercado de capital externo e doméstico,as empresas devem recorrer mais ao sistema financeiro nacional. Isso significa aumento de demanda e, conseqüentemente, de preços. “O mercado continuará a crescer, mas de forma mais sustentável ”, diz o presidente da Partner Consultoria, Álvaro Musa.
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