Secretaria de Meio Ambiente deu prazo de 10 dias para iniciar retirada de vapores do subsolo em condomínio
Empreendimento foi construído na área da antiga indústria química Proquima, que lidou com solventes por cerca de 20 anos naquela região
A Prefeitura de Campinas, por intermédio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, intimou esta semana a empresa Concima S.A Construções Civis para iniciar, em um prazo máximo de 10 dias, a retirada de vapores do subsolo da torre A do condomínio Residencial Parque Primavera, no bairro Mansões Santo Antônio.
O empreendimento foi construído na área da antiga indústria química Proquima, que lidou com solventes por cerca de 20 anos naquela região. O solo do local está contaminado e a Prefeitura atualmente busca recursos para ter uma exata noção do tamanho e da intensidade do problema.
O trabalho da Concima deverá ser supervisionado por técnicos da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). A intimação foi entregue nesta sexta-feira (23), na sede da empresa em São Paulo. Laudos demonstram que, principalmente sob a torre ocupada, 'há uma pluma de vapores em todas as direções, com concentrações elevadas de vários compostos orgânicos voláteis, indicando a necessidade de implantação imediata de um sistema de mitigação da intrusão de vapores, independentemente da continuidade da investigação da área', para posterior trabalho de remediação.
De acordo com a secretária municipal de Meio Ambiente, Valéria Murad Birolli, a intimação está fundamentada no informe técnico apresentado pela Cetesb que indicou a existência de riscos aos moradores do local (bloco 'A' ) relacionados à inalação de vapores a partir do subsolo.
Se em 10 dias úteis o equipamento de mitigação de vapores não estiver instalado e em funcionamento, seremos obrigados a interditar o prédio', ameaçou ela.
O documento da Cetesb responde a um ofício da Prefeitura, datado de 8 de agosto passado, que solicitou um parecer sobre os riscos da exposição dos moradores àquela área contaminada. De acordo com técnicos da Secretaria de Meio Ambiente, a tubulação subterrânea para canalização dos vapores já está instalada e é necessário que a empresa agora faça a implantação de um sistema de sucção que transfira os gases para dentro de contêineres. Uma vez canalizados, esses gases podem ser tratados no próprio local e liberados para a atmosfera, informa a assessoria de imprensa da Prefeitura. Os moradores estão informados sobre a questão.
Contaminação
A contaminação ambiental no bairro Mansões Santo Antonio foi causada pela extinta indústria de recuperação de solventes Proquima. A empresa esteve instalada na área de 1973 até 1996, período em que sofreu 13 autuações da Cetesb, entre multas e advertências. A indústria chegou a ser interditada pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente, em 1990, após um incêndio em suas instalações, mas continuou funcionando sob força de liminar até outubro de 1996.
Encerradas as atividades, a Proquima vendeu lotes do terreno à construtora Concima, que ergueu no local três torres residenciais, com 52 apartamentos cada uma. Dessas, apenas uma está ocupada. O projeto inicial da Concima era erguer 8 torres, em dois lotes, mas a constatação da contaminação impediu que o projeto fosse executado.
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