Três moradores de São José dos Campos denunciam que estão sendo vítimas de falsos corretores de imóveis. Uma das vítimas, uma mulher que não quis se identificar, disse que deu R$ 40 mil de entrada em um apartamento, fez a mudança com a filha e demorou a perceber que tinha sido enganada. "Vim ver o apartamento e gostei. Ele (corretor) me falou tudo a respeito do apartamento. Condomínio, mostrou a piscina, sala de jogos. Tudo. Me encantei pelo apartamento. O preço cabia no bolso e eu resolvi comprar esse imóvel. Estava R$ 10 mil mais caro, mas eu gostei e acabei fechando negócio”.
Ela diz que fechou negócio com Roquinaldo de Jesus, que se apresentava como Roger. Ele seria proprietário de uma imobiliária, a BH Imóveis, que tem sede própria e um site de vendas.
O "suposto" corretor visitou várias casas com ela, sempre tinha as chaves e era bom de conversa. A mulher guardou o falso contrato que assinou, o falso número do Conselho Regional de Corretores de Imóveis usado por ele e registrou um boletim de ocorrência."Eu entrei no apartamento, mudei, mas o apartamento não era dele. Era tudo golpe. O apartamento é de São Paulo da Living Construtora. A empresa alegou que ele roubou a chave. Ele entrava e saia da construtora como se fosse dele. Por isso, nada veio a desconfiar que era golpe”, contou.
Outra moradora da cidade, que também não quis se identifica, afirma que sofreu outro tipo de golpe. Ela diz que contratou o serviço do mesmo Roquinaldo de Jesus para aluguel de casas. A vítima nunca recebeu o dinheiro de volta, ficou com uma dívida e ainda foi usada como fiadora sem nunca ter dado permissão para isso. “Apareceu um advogado me procurando, dizendo que eu estava sendo avalista de uma propriedade, na qual eu nem sabia que existia. E quando eu me dei por mim, estava devendo. A minha casa, quase perderam a minha residência por causa dele. Uma pessoa que você vê, você não diz. Tem uma boa saliva, um bom papo, envolve mesmo as pessoas”.
Contra Roquinaldo já foram registrados vários boletins de ocorrência por negócios irregulares envolvendo aluguel e venda de imóveis. Em todos os casos ele teria ficado com o dinheiro dos clientes. Até no Ministério Público existe um processo contra ele por exercício ilegal da profissão de corretor de imóveis. Mesmo assim ele continua agindo.
A repórter Vanessa Vantine do Jornal Vanguarda entrou em contato com Roquinaldo, por telefone, demonstrando interesse em comprar um imóvel. Durante a conversa ele garantiu que era sim um corretor com experiência no mercado. Depois dessa conversa ela ligou novamente e se apresentou como jornalista. Roquinaldo não quis gravar entrevista e negou todos os crimes.
Outro golpe
Em outro bairro de São José dos Campos, o Jardim Morumbi, o operador de produção, Vanderlei da Motta diz que foi vítima de outro falso corretor. Ele achou que estava comprando uma casa. Também tem contrato assinado e os comprovantes dos depósitos de R$ 32 mil a Pedro Freitas dos Santos. “Ele confirmou que o imóvel tinha sido vendido. Pressionei ele (sic) para me ressarcir a entrada que eu tinha dado. Ele disse que não poderia, porque teria gastado”.
Por telefone, Pedro disse à reportagem que em virtude da negociação com Vanderlei não ter dado certo, ele pegou o valor emprestado do operador. Ele diz ainda que o advogado dele está cuidando do caso e que gostaria de devolver o dinheiro.
Investigação
Todos os casos estão nas mãos da polícia, mas até agora não há uma conclusão. “Os fatos são trazidos e apresentados na polícia. Os depoimentos das vítimas, das testemunhas, são contundentes, são fortes. Para elas, eles se veem como vítimas, mas só no final do inquérito policial é que eu decido pelo indiciamento ou não e depois do inquérito o Ministério Público e o juiz vão decidir pela absolvição ou condenação”, explicou o delegado Márcio Marques Ramalho.
Os dois supostos corretores mostrados na reportagem estão sendo investigados por estelionato e exercício ilegal da profissão. O número do Creci apresentado por Roquinaldo de Jesus pertence na verdade a outra corretora, que também está sendo investigada pelo Conselho Regional de Corretores. Ela registrou um boletim de ocorrência alegando que teve o número do Creci usado ilegalmente.
Esse mesmo número estava sendo utilizado pela empresa BH Imóveis, que não tem registro no Creci. Segundo o advogado de Roquinaldo, o cliente dele entrará em acordo com as pessoas lesadas.
Fiscalização e orientação
Segundo o delegado regional do Creci, Denerval Melo, tem agentes que fiscalizam o serviço clandestino da profissão e os casos são sempre encaminhados para o MP. “Nós fiscalizamos mesmo aqueles corretores que estão em dia, certinho, nós fazemos as fiscalizações preventivas. Às vezes atrasa, às vezes ele está com algum pseudo corretor dando acobertada dentro da rodoviária, coisa que nós impedimos, nós orientamos, nós autuamos. Hoje, nós temos em São José dos Campos dois fiscais de plantão para atender a região”.
O Conselho Regional de Corretores dá algumas dicas para evitar problemas como os mostrados nessa reportagem. É importante pedir e pesquisar sempre a carteira do Creci fornecida pelo corretor, ler muito bem o contrato, conversar com o proprietário do imóvel e só depois fechar negócio. O telefone do Creci para dúvidas é o (12) 3913-1353.
Contra Roquinaldo já foram registrados vários boletins de ocorrência por negócios irregulares envolvendo aluguel e venda de imóveis. Em todos os casos ele teria ficado com o dinheiro dos clientes. Até no Ministério Público existe um processo contra ele por exercício ilegal da profissão de corretor de imóveis. Mesmo assim ele continua agindo.
A repórter Vanessa Vantine do Jornal Vanguarda entrou em contato com Roquinaldo, por telefone, demonstrando interesse em comprar um imóvel. Durante a conversa ele garantiu que era sim um corretor com experiência no mercado. Depois dessa conversa ela ligou novamente e se apresentou como jornalista. Roquinaldo não quis gravar entrevista e negou todos os crimes.
Outro golpe
Em outro bairro de São José dos Campos, o Jardim Morumbi, o operador de produção, Vanderlei da Motta diz que foi vítima de outro falso corretor. Ele achou que estava comprando uma casa. Também tem contrato assinado e os comprovantes dos depósitos de R$ 32 mil a Pedro Freitas dos Santos. “Ele confirmou que o imóvel tinha sido vendido. Pressionei ele (sic) para me ressarcir a entrada que eu tinha dado. Ele disse que não poderia, porque teria gastado”.
Por telefone, Pedro disse à reportagem que em virtude da negociação com Vanderlei não ter dado certo, ele pegou o valor emprestado do operador. Ele diz ainda que o advogado dele está cuidando do caso e que gostaria de devolver o dinheiro.
Investigação
Todos os casos estão nas mãos da polícia, mas até agora não há uma conclusão. “Os fatos são trazidos e apresentados na polícia. Os depoimentos das vítimas, das testemunhas, são contundentes, são fortes. Para elas, eles se veem como vítimas, mas só no final do inquérito policial é que eu decido pelo indiciamento ou não e depois do inquérito o Ministério Público e o juiz vão decidir pela absolvição ou condenação”, explicou o delegado Márcio Marques Ramalho.
Os dois supostos corretores mostrados na reportagem estão sendo investigados por estelionato e exercício ilegal da profissão. O número do Creci apresentado por Roquinaldo de Jesus pertence na verdade a outra corretora, que também está sendo investigada pelo Conselho Regional de Corretores. Ela registrou um boletim de ocorrência alegando que teve o número do Creci usado ilegalmente.
Esse mesmo número estava sendo utilizado pela empresa BH Imóveis, que não tem registro no Creci. Segundo o advogado de Roquinaldo, o cliente dele entrará em acordo com as pessoas lesadas.
Fiscalização e orientação
Segundo o delegado regional do Creci, Denerval Melo, tem agentes que fiscalizam o serviço clandestino da profissão e os casos são sempre encaminhados para o MP. “Nós fiscalizamos mesmo aqueles corretores que estão em dia, certinho, nós fazemos as fiscalizações preventivas. Às vezes atrasa, às vezes ele está com algum pseudo corretor dando acobertada dentro da rodoviária, coisa que nós impedimos, nós orientamos, nós autuamos. Hoje, nós temos em São José dos Campos dois fiscais de plantão para atender a região”.
O Conselho Regional de Corretores dá algumas dicas para evitar problemas como os mostrados nessa reportagem. É importante pedir e pesquisar sempre a carteira do Creci fornecida pelo corretor, ler muito bem o contrato, conversar com o proprietário do imóvel e só depois fechar negócio. O telefone do Creci para dúvidas é o (12) 3913-1353.
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