Valor do
metro quadrado na capital paulista recua 0,2% em agosto, mas variação anual
está acima da inflação.
Volume de
lançamentos e venda de novos empreendimentos também caem; cenário é de
desaceleração.
O
consumidor que pretende comprar um imóvel novo tem uma boa e uma má notícia. A
boa é que, segundo o Secovi-SP (sindicato da habitação), o valor do metro
quadrado dos lançamentos residenciais ficou em agosto ligeiramente menor (0,2%)
do que em julho.
A má é
que não houve queda nos preços se comparados aos de um ano atrás. Pelo
contrário, de agosto de 2011 até o mesmo mês em 2012, a alta foi de 16%, muito
acima da inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo), que atingiu 5,2 % no período.
Mas a má
notícia também tem um viés positivo para o futuro comprador. Apesar da alta dos
preços em 12 meses, o cenário é de desaceleração.
Quando se
comparam os meses de janeiro a outubro de 2011 com o mesmo período em 2010, a
alta fica acima da casa dos 30%. A partir de novembro de 2011 até agosto deste
ano, o resultado na comparação anual sempre aparece abaixo dos 30%.
Quanto ao
futuro, o aspirante a mutuário poderá continuar a encontrar preços subindo, mas
em velocidade cada vez menor, segundo especialistas ouvidos pela Folha.
Eduardo
Zaidan, vice-presidente de economia do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da
Construção Civil do Estado de São Paulo), diz que o valor do metro quadrado não
deve cair: "Queda ou preço estacionado só existe em recessão prolongada, o
que não é o caso".
ALTOS E
BAIXOS
Por outro
lado, uma valorização acentuada também não deverá ocorrer. "Aquele cenário
de demanda reprimida já passou e não há mais espaço para forte valorização no
preço dos imóveis," diz.
Para
Zaidan, o valor médio do metro quadrado deverá ficar pouco acima da inflação, e
o consumidor não deve esperar redução em bairros consolidados: "Em Moema,
por exemplo, o preço do metro quadrado ficará alto".
Quanto aos distritos que podem apresentar queda ou valorização acentuada, ele não arrisca palpites. "Alguns lugares vão se valorizar e cair no gosto do público, como em geral acontece, mas adivinhar isso é uma resposta de US$ 1 milhão.”
Quanto aos distritos que podem apresentar queda ou valorização acentuada, ele não arrisca palpites. "Alguns lugares vão se valorizar e cair no gosto do público, como em geral acontece, mas adivinhar isso é uma resposta de US$ 1 milhão.”
Ricardo
Laham, diretor de incorporações da Brookfield, vai na mesma linha e diz que,
depois de alguns anos de boom, a tendência é de desaquecimento. "Estamos
em um momento de maturação e calibração de preços".
O
economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci, aponta a dificuldade para
aprovar projetos na prefeitura como um ponto que pode impedir a desaceleração
dos preços.
"Precisamos
ver como será a oferta. Se crescer, os preços tendem a desacelerar com mais
força e acompanhar mais de perto a inflação", diz.
LANÇAMENTOS
LANÇAMENTOS
De
janeiro a agosto deste ano, o número de novos empreendimentos caiu 38,3% ante o
mesmo período do ano passado, aponta a Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos
do Patrimônio).
Para
Petrucci, do Secovi-SP, se o volume chegar a 27 mil unidades "será um
milagre" -o sindicato previa 30 mil para este ano.
As
vendas, por sua vez, caíram 6,65% até agosto, somando 15.530 unidades. A oferta
de imóveis foi de 16.962 unidades (alta de 16%).
Na comparação mensal, porém, as vendas subiram
10% em agosto. O número de lançamentos também cresceu: 2.078 em agosto contra
1.737 em julho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui o seu comentário. Agradeçemos a sua visita